
Como tinha programado alguns dias em Orlando, não vi muito sentido em cancelar essa parte da viagem e fui para lá com uma boa turma de amigos. Vale comentar aqui o apoio de todos que estavam em Clearwater e depois em Orlando. O Pedro Fernandes e Eduardo Sarham que foram me buscar no hospital, pegaram a bike e as sacolas. A Nilma Machado que percebeu minha ausência na prova e comunicou os outros. O apoio em vários momentos dos companheiros de viagem; Ricardo Gaspar e Ana, Fernanda Garcia, Felipe Guedes, Igor Amoreli, Adriano Sachetto, Rodrigo, entre outros. O apoio da Mariana ao coordenar as informações no facebook, em constante contato via rádio com o Pedro e o Sarham e meu irmão Alcy em Curitiba. Foi incrível perceber quantos amigos estavam me acompanhando pela internet no ironman live e também no facebook. A partir do momento que meus parciais sumiram do site todos começaram a se perguntar o que tinha ocorrido e o óbvio apareceu. Se você está acompanhando alguém e ele some depois do primeiro parcial do ciclismo só há uma coisa a fazer; torcer que não tenha sido muito grave. Meu celular estava no hotel e o Nextel na sacola que pegaria depois da chegada. No hospital tive muito tempo para pensar em como todos iriam reagir com a falta de notícias.
Chegando em São Paulo na quinta-feira é que as coisas começaram a acontecer de fato e aí mais amigos foram fundamentais. O Daniel Blois nem se fala (acho que ele estava preocupado em perder o companheiro de treino) me indicou o ortopedista de ombro, Dr Gustavo, que me atendeu no dia seguinte. O Daniel é radiologista e na sexta feira fiz os exames (ressonancia do ombro) as 9:00 e antes de eu chegar no escritório as imagens já estavam com o Dr.Gustavo, com meu irmão Alcy (também ortopedista) e com o próprio Daniel. Os três se comunicaram e decidiram todo o tratamento em questão de minutos. No fim da tarde fui ao consultório do Gustavo apenas para ele me orientar e explicar o que aconteceu.
Diagnóstico e tratamento: Fratura na Glenóide de cima a baixo no ombro esquerdo e mais uma (ou a mesma) no corpo da escápula. Como o afastamento do fragmento foi mínimo, optamos por tratamento convencional, sem intervenção cirúrgica ( estou aprendendo a escrever em mediques). Imobilização até dia 11/12 e começo da fisioterapia no dia 13/12. Duas semanas de fisio todos os dias e farei uma radiografia no dia 22/12 e devo ser liberado na consulta do dia 23/12. Ou seja, antes do que eu esperava.
Treinos: A partir do dia 13/12 começo três modalidades, fisioterapia para retomar os movimentos do ombro e braço, rolo (aparelho que permite pedalar com a minha bicicleta parado em casa) e transport (aparelho eliptico que simula o movimento da corrida sem impacto). A idéia é não perder muito preparo depois de quatro semanas sem fazer absolutamente nenhum exercício. Antes do natal começo o trabalho de musculação para retomar a força. Só irei pedalar na rua novamente no momento que estiver bastante seguro da minha musculatura e movimentação do braço esquerdo. É uma questão de segurança, o controle da bicicleta depende disso, é preciso estar bem e com os reflexos apurados.
Para completar, foi um mês diferente, de muitas angústias e espera. Correu tudo bem e agora é levantar a cabeça e começar a treinar forte. Em maio tem o ironman Brasil e estarei lá. Não sei se mais forte ou mais fraco que agora, mas o mais forte que conseguir.
Fui... com muita vontade de treinar
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