quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Under Construction

Fui razoavelmente bem atendido no hospital de Clearwater. Todos foram simpáticos, mas não mais que medianamente competentes. Levei ainda alguns dias para resolver as pendências de seguro e algumas ligações entre o hospital e a seguradora, mas correu tudo bem.

Como tinha programado alguns dias em Orlando, não vi muito sentido em cancelar essa parte da viagem e fui para lá com uma boa turma de amigos. Vale comentar aqui o apoio de todos que estavam em Clearwater e depois em Orlando. O Pedro Fernandes e Eduardo Sarham que foram me buscar no hospital, pegaram a bike e as sacolas. A Nilma Machado que percebeu minha ausência na prova e comunicou os outros. O apoio em vários momentos dos companheiros de viagem; Ricardo Gaspar e Ana, Fernanda Garcia, Felipe Guedes, Igor Amoreli, Adriano Sachetto, Rodrigo, entre outros. O apoio da Mariana ao coordenar as informações no facebook, em constante contato via rádio com o Pedro e o Sarham e meu irmão Alcy em Curitiba. Foi incrível perceber quantos amigos estavam me acompanhando pela internet no ironman live e também no facebook. A partir do momento que meus parciais sumiram do site todos começaram a se perguntar o que tinha ocorrido e o óbvio apareceu. Se você está acompanhando alguém e ele some depois do primeiro parcial do ciclismo só há uma coisa a fazer; torcer que não tenha sido muito grave. Meu celular estava no hotel e o Nextel na sacola que pegaria depois da chegada. No hospital tive muito tempo para pensar em como todos iriam reagir com a falta de notícias.

Chegando em São Paulo na quinta-feira é que as coisas começaram a acontecer de fato e aí mais amigos foram fundamentais. O Daniel Blois nem se fala (acho que ele estava preocupado em perder o companheiro de treino) me indicou o ortopedista de ombro, Dr Gustavo, que me atendeu no dia seguinte. O Daniel é radiologista e na sexta feira fiz os exames (ressonancia do ombro) as 9:00 e antes de eu chegar no escritório as imagens já estavam com o Dr.Gustavo, com meu irmão Alcy (também ortopedista) e com o próprio Daniel. Os três se comunicaram e decidiram todo o tratamento em questão de minutos. No fim da tarde fui ao consultório do Gustavo apenas para ele me orientar e explicar o que aconteceu.

Diagnóstico e tratamento: Fratura na Glenóide de cima a baixo no ombro esquerdo e mais uma (ou a mesma) no corpo da escápula. Como o afastamento do fragmento foi mínimo, optamos por tratamento convencional, sem intervenção cirúrgica ( estou aprendendo a escrever em mediques). Imobilização até dia 11/12 e começo da fisioterapia no dia 13/12. Duas semanas de fisio todos os dias e farei uma radiografia no dia 22/12 e devo ser liberado na consulta do dia 23/12. Ou seja, antes do que eu esperava.

Treinos: A partir do dia 13/12 começo três modalidades, fisioterapia para retomar os movimentos do ombro e braço, rolo (aparelho que permite pedalar com a minha bicicleta parado em casa) e transport (aparelho eliptico que simula o movimento da corrida sem impacto). A idéia é não perder muito preparo depois de quatro semanas sem fazer absolutamente nenhum exercício. Antes do natal começo o trabalho de musculação para retomar a força. Só irei pedalar na rua novamente no momento que estiver bastante seguro da minha musculatura e movimentação do braço esquerdo. É uma questão de segurança, o controle da bicicleta depende disso, é preciso estar bem e com os reflexos apurados.

Para completar, foi um mês diferente, de muitas angústias e espera. Correu tudo bem e agora é levantar a cabeça e começar a treinar forte. Em maio tem o ironman Brasil e estarei lá. Não sei se mais forte ou mais fraco que agora, mas o mais forte que conseguir. 

Fui... com muita vontade de treinar

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